Com o objetivo de proporcionar um contacto com equipamentos
de transporte preparados para as duras condições de inverno do norte da Europa,
designadamente da Escandinávia, a Scania organizou um evento com a imprensa
especializada europeia, onde deu a conhecer alguns dos produtos ajustados para
este tipo de aplicações e também algumas das novidades, como a aplicação para
tablet –WICkit – ou o relógio que comunica com os camiões. O evento permitiu
ainda tomar contacto com algumas combinações de transporte que são pouco
habituais no sul da Europa, incluindo megacamiões de 25,5 metros de comprimento
e peso bruto de 60 toneladas ou conjuntos articulados – trator de três eixos e
semirreboque de três eixos ou rígido de três eixos e reboque com igual número
de eixos – homologados na Noruega com peso bruto de 50 toneladas.
O Scania Winter decorreu num aeródromo, desativado no
inverno, junto a Trysil, uma estância de ski localizada numa zona montanhosa no
leste da Noruega, a 160 quilómetros do aeroporto de Oslo e a cerca de 50
quilómetros da fronteira com a Suécia. Sob neve e temperaturas que desceram até
aos -8 Cº, os jornalistas tiveram à disposição uma frota de 17 veículos, desde
camiões militares 4x4 de 1992, passando por modernos veículos de bombeiros de
cabina dupla, camiões de limpeza de neve e camiões de distribuição, até
conjuntos articulados com pesos brutos de 50 e 60 toneladas.
Num verdadeiro regresso ao passado, a Scania tinha à
disposição duas unidades do modelo P 93 4x4 de 1992, que demonstra a
longevidade, robustez e resistência dos veículos da marca sueca. Os referidos
veículos foram produzidos para as Forças Armadas da Noruega e destinavam-se ao
transporte de tropas. Em termos tecnológicos, aqueles camiões remetem para uma
outra era: a caixa é manual, de cinco velocidades, com redutoras, a suspensão
do tipo trapezoidal e os travões de
tambor. O interior da cabina é totalmente espartano, sendo desprovido de
qualquer tipo de comodidades. Não obstante, equipado com correntes de neve,
tração integral e redutoras, o ‘velhinho’ camião da tropa vencia qualquer
obstáculo no sinuoso percurso desenhado no aeródromo de Trysil.
Três décadas depois, alguns camiões pouco ou nada se assemelham
em termos tecnológicos relativamente aos seus antecessores. Um dos exemplos
consiste no camião de distribuição P 340 4x2, equipado com motor a gás natural
comprimido de cinco cilindros em linha com 340 cv e que cumpre os limites da
norma Euro 6. O veículo dispõe de suspensão pneumática, travões de disco e
caixa de velocidades automática Allison. A caixa frigorífica SKAP possui várias
zonas de temperatura, permitindo distribuir, em simultâneo na mesma unidade de
transporte, carga congelada ou à temperatura ambiente, e assim racionalizar os
meios afetos ao transporte de mercadorias.
Ainda para distribuição pesada, a Scania também propõe, como
veículo completo, o modelo P 360 4x2, com cabina Highliner, motor diesel de 360
cv e transmissão automatizada de oito velocidades Scania Opticruise.
Outra configuração típica norueguesa consiste num trator de
três eixos, caso por exemplo de um trator R 520 V8 6x2 e de um semirreboque
refrigerado também de três eixos, homologado com peso bruto de 50 toneladas.
Será de referir que a Noruega é um dos mercados onde os motores V8 da Scania
têm mais popularidade: cerca de metade das vendas de correspondem a esse tipo de
motorização.
Pelas caraterísticas do país, a Noruega também permite a
circulação de conjuntos articulados com 25,25 metros de comprimento e peso
bruto de 60 toneladas. Para este tipo de aplicação, a Scania propõe o seu
trator da série R com cabina Topline numa configuração 6x4, motor V8 de 16,4
litros e 730 cv. A potência é transmitida às rodas através de uma caixa
automatizada de 12 velocidades, Scania Opticruise. Por Carlos Moura